Consumidor PCD

Você já parou para pensar como é a vida das pessoas com deficiência no quesito consumidor?? Talvez você pense, qual a diferença?? Alguma vez você já saiu para jantar num restaurante bem legal com seu companheiro (a), e já logo de entrada, percebe que você precisa de ajuda para entrar. Mas até aí, entrar no estabelecimento, foi apenas um inconveniente, certo? Nem tanto, mas vamos em frente.

O garçom chega para atender vocês, mas ao invés de se dirigir diretamente a você, ele se dirige ao seu acompanhante e te ignora no atendimento? Ou começa a falar alto e devagar com você, como se você tivesse algum tipo de dificuldade de compreensão, ou de ouvir. Porém, você ouve, fala, gesticula e se comunica normalmente. Agora pense que a diferença entre você e esta pessoa que estou descrevendo é simplesmente uma cadeira de rodas.

Agora vamos para outro caso. Você está abrindo uma empresa e vai conhecer um prédio comercial, numa grande avenida da sua cidade, na qual, você pretende sediar a sua empresa. Mas antes de ir, você pergunta se o local é acessível ao responsável e te confirmam que sim.

Chegando ao prédio, após fazer o cadastro e passar pela catraca, você descobre que o elevador não é tão acessível assim e você terá que fazer algumas acrobacias para poder chegar ao seu destino. Chegando no andar, percebe que além de não conseguir se locomover entre as baias, também não há banheiros acessíveis.

Aí você se pergunta, afinal, o que estas pessoas entendem por acessibilidade??

Isto porque não comentei sobre cardápios em braile, que quase nenhum restaurante em São Paulo possui, mesmo tendo uma lei Estadual que obrigue todos os restaurantes / bares a ter ao menos 1 cardápio acessível.

E os mercados, grandes ou pequenos que não estão preparados para atender cadeirantes, ou cegos, com bengalas ou muletas. Alguns são tão estreitos que mal cabem duas pessoas magras, agora uma pessoa com muletas ou um cadeirante é praticamente impossível transitar por estes estabelecimentos. Sem contar, que ao solicitarem ajuda dos funcionários que não foram preparados para atenderem ao consumidor com deficiência, então, é quase se tivesse uma grande placa nestes estabelecimentos “neste local não é permitido a presença de pessoa com deficiência”. Chocante, não? Mas é exatamente com estrutura e ações que estão dizendo estes estabelecimentos.

Não seria o direito de ir e vir livremente e para todos? E por que algo tão simples é tão difícil de ser colocado em prática?

Texto: Gabrielle Jordano