Estamos no dia 21 de Setembro, data em que é comemorado o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. Reforçando a data, precisamos eliminar os rótulos paradigmas e capacitismo que nos cercam.
Aproveitando a ocasião, trazemos alguns questionamentos comuns a todos nós sobre a Deficiência.
Capacitismo
Fizemos também uma série de levantamentos de estudos e dados relacionados às pessoas com deficiência através da Integratur e nos fez perceber ações que todos nós (pessoas típicas), praticamos constantemente sem perceber, como o capacitismo.
Os rótulos paradigmas e capacitismo vem sempre na frente das pessoas com deficiência.
Então no processo, fomos observando de onde vem essas ações e informações capacitistas que reproduzimos no dia a dia.
Trazendo um ponto principal: a falta de estudos e dados relacionados às pessoas com deficiência. Como se internamente realizar tal detalhamento fosse um esforço desnecessário, resultando em políticas públicas mal planejadas.
Essa informação é verdadeira e constante no mundo inteiro, segundo relatório da ONU.
Por exemplo, temos no nosso imaginário que pessoas com deficiência são pessoas vulneráveis, de baixa renda, com escolarização baixa, incapazes, reforçando diversos estigmas.
ONU
Mesmo a ONU informando no seu Relatório mundial sobre a deficiência 2011:
“A deficiência faz parte da condição humana. Quase todas as pessoas terão uma deficiência temporária ou permanente em algum momento de suas vidas, e aqueles que sobreviverem ao envelhecimento enfrentarão dificuldades cada vez maiores com a funcionalidade de seus corpos. A maioria das grandes famílias possui um familiar deficiente” Pg.03.
Ao mesmo tempo traz a informação que informa e reforça os estigmas da pessoa com deficiência, vivem na pobreza, sem saneamento, em condições de extrema vulnerabilidade:
“A saúde também é afetada por fatores ambientais, tais como água potável e saneamento, nutrição, pobreza, condições de trabalho, clima, ou acesso a atendimento de saúde. Como a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem alegado, a desigualdade é uma das principais causas dos problemas de saúde, e portanto da deficiência.” Pg.04.
Rótulos
Por exemplo as manchetes dos noticiários em geral, que em sua grande maioria trazem títulos sensacionalistas.
Além disso, utilizam palavras como “superação”, “desafia preconceito”, “exemplo”, sempre trazendo no nosso inconsciente, que quem tem deficiência é incapaz e quando realizam algo que vai além das nossas expectativas, as consideramos como “excepcionais”.
Precisamos acabar com os rótulos, paradigmas e capacitismo que nós temos com as Pessoas com Deficiência.
Mas à final, o que é capacitismo?
Capacitismo é uma atitude de preconceito e que discrimina, que vê a pessoa com deficiência inapta para o trabalho e incapaz de cuidar da própria vida.
Ou seja, um conjunto de crenças, palavras e ações que discriminam pessoas com deficiência física ou psiquiátrica.
Além disso, a deficiência é vista como algo a ser superado ou corrigido.
Entretanto, falta de dados estatísticos sobre o universo da pessoa com deficiência, segundo a ONU, é unânime em quase todos os países.
Mas como grupos que trabalham e defendem a acessibilidade, precisamos tomar mais cuidado com as informações que divulgamos.
Ainda que algumas empresas que agem de forma errada, divulgam que a maioria das pessoas com deficiência têm baixa escolaridade. Dessa forma, não trazem a informação que no geral, o brasileiro possui baixa escolaridade.
Sem essa informação para comparar os números, faz com que reforce em nosso entendimento, em que a maioria das pessoas com deficiência não são instruídas e aqueles que se formam são “especiais”.
Censo IBGE 2010
Já no Censo de 2010, nos traz algumas estatísticas sobre escolaridade média dos brasileiros acima de 15 anos e traz algumas informações reveladoras:
De que Pessoas com Deficiência e a população brasileira em geral possuem a mesma proporção de escolaridade, sendo 26% com Ensino Médio completo e superior incompleto e 9% com superior completo. (tabelas 1.2.2 e 1.3.7)
Em dezembro de 2019, publicamos um artigo no Blog da Integratur, sobre como a Deficiência ser democrática e estar em todas as camadas da sociedade.
Além disso, podemos falar sobre as pessoas que adquiriram a deficiência no decorrer de suas vidas, seja pela progressão de uma doença genética ou degenerativa.
Como: Sonny Pólito, fundador da Startup Inclue, Paula Pfeifer Moreira, do Blog Crônicas da Surdez, Raquel Moreno, do Colorindo a Surdez.
Do mesmo modo, decorrente de acidentes como a Senadora Mara Gabrilli, o Secretário Municipal Cid Torquato, os empresários Rodrigo H Mendes, do Instituto Rodrigo Mendes e Carolina Ignarra empresária na Talento Incluir. Como outras pessoas em que a deficiência se apresentou ao longo de suas vidas e tiveram que se adaptar.
Assim esperamos que as informações apresentadas tragam um novo olhar para você sobre a deficiência.
E você, o que achou do texto? Comente, compartilhe, discutas as informações!
Autor: Gabrielle Jordano