Emmanuelle Nossa amiga a Emmanuelle Garrido Alkmin, relatou sua experiência na Exposição Alphonse Mucha: O Legado da Art Nouveau, no Centro Cultural Fiesp, em São Paulo.
No qual tinha piso tátil, mas não áudio descrição. Tinha piso tátil, porém, seus funcionários não estavam treinados para atender e orientar as pessoas com deficiência, seja ela qual fosse.
As empresas precisam entender de forma real como se tornarem acessíveis para este público.
Segue o relato da Emmanuelle abaixo.
#ParaTodosVerem: Em uma exposição cheia de pessoas, em destaque está Emmanuelle em pé, olhando para a câmera, ela veste um vestido liso azul escuro, com uma camisa preta por cima, segurando sua bengala, ela tem cabelos loiros na altura dos ombros, pele clara e segura sua bengala. Ela aponta para um painel longo de madeira branca, envidraçado com peças expostas. Fim da descrição. ... See more
Por favor, olha pra mim!
Quando cheguei na exposição fiquei imensamente feliz porque minha bengala já reconheceu o piso tátil e automaticamente pensei: puxa, é uma exposição acessível.
Entrei, Toquei delicadamente no primeiro painel, o fiz porque era de vidro. Então um segurança chegou até mim, achei pelo piso tátil e por sua atenção, que ele vinha me oferecer um aparelho de audiodescrição, mas não ele veio me dizer que não poderia tocar nas obras e deveria ficar atrás da faixa. Sim, eu sei que não poderia tocar em obras, mas elas estavam atrás do vidro que, sendo bem sincera, para mim é uma parede que me impede de ver o que está por trás.
Eu, por mim mesma e pelas pessoas que me cercam, aprendi a desfrutar da arte de qualquer forma, permitindo o enlevo da alma.
Agora, quando vi o piso tátil, produziu-se em mim a esperança da inclusão, por isso a frustração também foi imensa.
O piso tátil não tem utilidade alguma, pois que passaria por todas as obras sem sequer saber por onde estava passando, assim como eu não preciso de rampas para me locomover e/ou de banheiros e quartos de hotéis adaptados.
A acessibilidade, para mim, passa pela questão da comunicação, ou seja, por saber o que está por trás do vidro e ao redor do piso tátil.
Na exposição em questão, havia o piso tátil, mas no fundo no fundo ninguém olhou para mim, porque um piso tátil, uma rampa, um banheiro adaptado, não são elementos que me incluem, eu preciso saber o que está por trás dos vidos, dos escritos nos cardápios, folhetos, Programas etc. , e, quando estou de salto, prefiro subir pela escada, assim como qualquer mulher, não é meninas?.
Então, antes de fazer algo que descanse os olhos, como um piso tátil apenas para você, que vê, se sentir bem porque está incluindo, por favor, olha pra mim, pergunte-me e eu com carinho irei lhe dizer que a transparência do vidro que lhe é tão cara, para mim, significa um muro intransponível e que quando estivermos diante dessa vitrine a única ponte entre nós é a palavra. ... See more